Perspectivas de Liderança Laureate – CEO da Laureate Brasil, José Roberto Marmo Loureiro

Neste mês, o CEO da Laureate Brasil, José Roberto Marmo Loureiro, compartilha conosco algumas lições marcantes em sua jornada de liderança, a sua visão a respeito da Laureate como um movimento que está trazendo mudanças significativas no Brasil e no mundo, bem como a importância de colocar os alunos no centro de tudo que fazemos.
Você poderia compartilhar conosco alguns de seus principais marcos e destaques em sua carreira antes de ingressar na Laureate?
Jose Roberto Marmo Loureiro: comecei a trabalhar cedo. Aos 18 anos, ingressei no mercado de seguros como escriturário e, em quatro anos, já conquistei uma posição de liderança, como gerente. Ao mesmo tempo, frequentei a faculdade de Administração de Empresas e, depois, especializei-me em Gestão de Seguros; Liderança Estratégica; e Inovação Estratégica, Crescimento e Inteligência de Mercado. Trabalhei quase 30 anos nesse segmento, onde acumulei sólida experiência ocupando a posição de CEO em grandes empresas, como a Metlife Brasil e a CitiInsurance Brasil (Citigroup). Apesar de não ter me formado em uma instituição top de linha e só ter aprendido inglês por volta dos 35 anos, os estudos tiveram papel fundamental na minha vida. A chave ao longo desses anos foi o apoio incondicional da minha esposa e da minha família, afinal nem sempre é fácil equilibrar a carreira com a vida pessoal.
O que atraiu você para a Laureate? O que o manteve comprometido ao longo dos anos?
JR: com certeza, fui atraído pelo propósito definido da empresa e a nobreza do setor educacional. Iniciei as atividades na Laureate Brasil em 2010, como vice-presidente de Operações, e, em 2012, assumi o cargo de CEO. Deixar uma carreira bem-sucedida no mercado de seguros não foi uma tarefa fácil, mas fui influenciado pela importância e pelo potencial da nossa missão ao perceber o quanto um país pode mudar por meio da educação e as graves lacunas ainda existentes nessa área no Brasil. Sou profundamente comprometido com atividades econômicas que contribuem para resolver os problemas da sociedade e, na Laureate, encontrei um ambiente de negócios perfeito para conquistar isso.
As operações da Laureate no Brasil apresentaram uma oportunidade maravilhosa para construir nosso modelo, nossa reputação e, ainda, mudar a vida de milhares de pessoas por meio da educação. Desde 2010, nossa base de alunos quase triplicou de aproximadamente 100.000 estudantes para cerca de 300.000, seguindo verdadeiramente a nossa missão de ampliar o acesso ao ensino superior de qualidade.
O movimento de Liderança Positiva é uma força importante em toda a Laureate agora. O que isso significa para você na região brasileira e na rede como um todo?
JR: o movimento de Liderança Positiva é uma poderosa ferramenta capaz de ter um impacto positivo no ambiente de trabalho, nos colegas de profissão, na família, nos amigos e, consequentemente, nas comunidades em que estamos inseridos. Ao longo da vida, somos condicionados a ver sempre o lado negativo e pensar no que pode dar ou já deu errado, sem valorizar com a ênfase apropriada o que já está funcionando. Na fase adulta, precisamos reaprender como enxergar o mundo sob uma ótica positiva.
Dentro do nosso ambiente de trabalho, precisamos adotar três premissas básicas no relacionamento com o próximo – e expandir essas atitudes para além da Laureate: educação, gentileza e elogio. Ao assumir uma postura mais otimista, conseguiremos estar conectados com todos em nossa rede de maneira mais profunda e transparente. Dessa forma, à medida que esse movimento cresce e fazemos dele nosso padrão diário, teremos uma fórmula imbatível de sucesso.
Quais são as três principais lições de liderança que você gostaria de compartilhar com mais de 60.000 colegas em todo o mundo?
JR: gostaria de aproveitar a chance para dividir alguns princípios que norteiam minha carreira desde o início. A primeira lição é preservar a verdade acima de tudo. Esse pensamento está voltado para a lisura com a qual conduzo minhas atividades, sempre priorizando a transparência e não abrindo mão do que é correto. Em nenhuma circunstância na vida devemos deixar de fazer o que é certo.
Em segundo lugar, devemos estar preparados para as decisões que aparecem na vida, mantendo sempre a visão de longo prazo da organização e não sendo imediatista, seguindo com foco no horizonte. Uma escolha difícil nunca deve ser adiada ou evitada, principalmente se essa resolução apenas beneficia o curto prazo e não leva em consideração o cenário macro da organização.
Por fim, entenda a missão do seu negócio, o poder que a educação tem de transformar a vida de pessoas e de revolucionar nações. O propósito é o mais poderoso instrumento motivacional, que deve ser utilizado para mover você e a todos em sua organização.
Como o Brasil está usando a tecnologia para melhorar as experiências e os resultados dos alunos?
JR: no geral, o mercado de educação no mundo ainda está bastante atrasado no uso tecnológico para melhorar a experiência e os resultados dos estudantes. Uma das razões é que a tecnologia é um alvo móvel, que avança 100 anos em 10 anos e a educação está sempre tentando alcançar na velocidade oposta (anda 10 anos a cada 100 anos). Há uma enorme revolução ainda para acontecer na educação. Por enquanto, temos utilizado a tecnologia disponível não apenas para a captação ou o atendimento dos alunos, mas também para proporcionar uma vivência acadêmica diferente em sala de aula.
Por exemplo, no curso de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi, oferecemos uma moderna infraestrutura, composta por laboratórios de alta tecnologia com ambiente tridimensional, robôs e equipamentos de realidade virtual, bem como um Centro de Simulação Humana. O maior destaque é o SimMan 3G, um manequim wireless para a simulação de práticas da área. O equipamento é um boneco computadorizado, programado para simular várias reações humanas: choro, convulsões, transpiração e alteração das pupilas.
Além disso, estamos fazendo uma disruptura total no ensino a distância no Brasil para promover uma verdadeira transformação na educação digital. A Laureate Brasil almeja liderar esse movimento em dois sentidos: tanto no acesso como na metodologia, porque o EAD ainda replica os moldes do ensino presencial. Em um mundo em constante mudança e de pessoas extremamente conectadas, torna-se cada vez mais necessário se adequar à uma nova realidade de inovação. Para avançar nessa direção, estamos criando uma estrutura com base em três pilares: rápido crescimento, experiência do estudante e satisfação do cliente. No futuro, quem sabe não conseguimos exportar esse modelo para outras regiões.
O que ser Here for Good significa para você? Qual é a sua visão do Here for Good no Brasil?
JR: o nosso espírito Here for Good deve ser traduzido por meio das nossas ações e está presente em tudo que fazemos no Brasil. O mais importante é ter a sinergia de três componentes em nossa missão: alunos, professores e colaboradores para resolver os problemas da nossa sociedade. Um exemplo desse compromisso é o projeto Quero Bem, desenvolvido na UniFG, em Recife (PE), que venceu na categoria Professores/Colaboradores do Here for Good Award 2017. O programa teve como objetivo abordar as necessidades urgentes de atendimento médico aos bebês nascidos com microcefalia após o surto do Zika Vírus em 2015, no Brasil.
Por meio da FG Comunidade, que engloba a Clínica-Escola e o Núcleo de Práticas Jurídicas da UniFG, a iniciativa ofereceu tratamentos nas áreas de fisioterapia, nutrição e psicologia para as crianças e, ainda, acolheu e prestou atendimento psicológico e jurídico também às famílias. Uma verdadeira ação solidária em prol de uma causa social.
Qual seria a sua mensagem final para os colegas da Laureate em todo o mundo?
JR: gostaria de desejar a todos boa sorte nessa jornada de transformar as nossas regiões em lugares melhores para vivermos, praticando o Here for Good, expandindo o acesso à educação de qualidade e ajudando os estudantes no ingresso, na permanência e na ascensão no mercado de trabalho. Aproveito esta oportunidade para contar aos colegas da Laureate no mundo que o Brasil está à disposição para todos que desejam conhecer um pouco mais da importância da educação para o nosso país. É fundamental fazermos esse intercâmbio de conhecimento dentro de nossa própria rede. No final do dia, precisamos sempre fazer a mesma pergunta: o que estou fazendo é bom para o aluno? Se a resposta for sim, você está no caminho certo. Se tiver qualquer dúvida, melhor refazer a rota.